quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Nem com lupa, marido!

Marido, tenho a comunicar-te que não arranjavas melhor mãe para os teus filhos!!
Acabamos de vir do pediatra da consulta dos 2 meses, a médica deu-me os parabéns pela bebé. A tua filha deixou a médica encantada e repetiu vezes sem conta: ' parece que tem mais de 3 meses com tudo o que já faz e como já se movimenta e interage, e só com o leite materno!' E eu acrescento: e está no percentil 95 em cumprimento e peso, e só com leite materno!
E caramba com tanto leite que tenho, juro que nem me importava de dar de mamar a algum bebé em necessidade. Já não haverá amas de leite? Palavra que não me importava, tenho tanto tanto!

Rua com eles.

Às vezes gostava de viver noutro país da Europa, às vezes parecemos tão complexados e complexos aqui neste!!
Alguém me perguntava a semana passada se era a primeira vez que a minha filha saía à rua! Como?!?!? A primeira?!?! Mas ela tem dois meses, como a primeira?!?! Tem tido azar com o inverno, que saiu muito rigoroso e chuvoso, é certo, mas tem saído, com certeza, e vai para todo o lado com mãe! Mas neste país uma pessoa até se sente mal a levar os bebés onde quer que seja, as pessoas estranham.
No primeiro dia do ano a família foi toda almoçar fora e a bebé também teve direito, pois alguém no restaurante comentou alto e bom som que 'um bebé que só deve ter 1 mês e tal, e já anda aqui!', claro que não passei cavaco ao senhor que proferiu tão doutas palavras, mas tive vontade de lhe responder, 'qual mês e tal, tem 3 semanas!!' 
Não percebo, nos outros países vejo cadeirinhas de bebé e de meninos de todas as idades em rigorosamente todo o lado, aqui querem que as encarceremos em casa junto com as suas recentes mães!! Em Reiquiavique, ou melhor na Islândia toda, com certeza, existe a tradição de deixar os bebés nas suas cadeirinhas à porta dos bares e cafés, enquanto as mães estão dentro em amenas cavaqueiras, e lá o frio não é para meninos; aqui o clima é tão agradável e até assim se estranha tanto ver bebés pequeninhos na rua!! Em Espanha às vezes são mais as cadeirinhas de bebé, que as mães!!
Deixa-me cá acabar isto que vou passear, que parece que não chove agora.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Abençoados.

' Tanta coisa nova na vossa vida: que menina tão linda; que casa espectacular, vocês devem sentir-se tocados pelas estrelas!'

Há pessoas que nos querem mal, que há, sempre há! Mas depois há outras que nos entram pela casa adentro e parecem ficar maravilhados e nos fazem sentir abençoados.
Obrigada.

Dois mesinhos.

Minha filha, já fizeste dois meses e estás cada vez mais bonita! Continuas a comer e a dormir e ninguém diz que vive nesta casa um bebé; não te podem dar conversa que tu escangalhas-te a rir; parlapeias muito e olhas muito para as tuas mãos que andas a descobrir; já quase agarras nos bonequinhos de peluche que o mano te dá e o pai e a mãe não cabem neles de contentes contigo.
E tens umas bochechas que só apetece trincar!

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Praxes

Também eu quero dizer uma coisinha sobre as praxes.
Legislar sobre elas, absurdo!
Proibi-las, ridículo!
Que são abusivas e insultuosas, são!
Que são um jogo de poderes desigual, são!
Que são um baptismo implacável, são!
Mas ninguém percebe que no seio da comunidade estudantil a interpretação e percepção que se faz delas não é de todo tão radical, não assume as dimensões que a opinião pública e a comunicação social lhe querem dar. A rebeldia intrínseca àqueles anos e ao conquistado e orgulhoso novo estatuto de universitário parecem dar permissão automática à brincadeiragem de joguinhos de humilhação e vexame.
O abuso, descontrole, os episódios infelizes e os finais tristes existem e têm lugar, sim; mas não mais do que em outros contextos do domínio público.
Estudei em Coimbra e nunca vi que uns e outros, praxados e praxadores, se sentissem desconfortáveis nos seus papeis.
Mas é claro que ver gente a humilhar outra e a aproveitar-se da posição que têm é das coisas que mais me encoleriza.