segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

A vida

Ouvia hoje no trabalho duas mulheres de cor à conversa animadas e divertidas:

'Todo o dia a trabalhar, cheguei a casa tive de passar a ferro; fazer o jantar; obrigar os garotos a ir para a banheira, e depois a fazer os trabalhos da escola e depois a dar-lhes o jantar e a metê-los na cama. Quando o meu Américo chegou do café onde esteve umas boas horas a beber com os amigos depois de sair do trabalho, eu ainda estava a arrumar a cozinha. Ele jantou e eu fui pendurar a roupa da máquina, ele comeu e sentou-se no sofá. Quando acabei de pendurar a roupa ainda tive de arrumar outra vez a cozinha que ele deixou tudo desarrumado, e quando finalmente terminei e me fui sentar um pouco no sofá, antes de me deitar que já era tardíssimo, ele atira-se para cima de mim, ainda queria brincadeira!!'
E riam as duas com risinhos malandros e descarados.
'Oh Américo estou tão cansada! Sai pra lá...'
'Ah pobre amiga, tanto trabalho e o Américo vem pra cima de ti...!!' dizia a amiga e riam.
'Sai pra lá Américo... tu só queres estar sempre em cima de mim, vens do café e saltas pra cima de mim!' e mais risada!
A outra que ouvia a história para além de rir dizia que o dela, fazia exactamente o mesmo...

O que custa a vida às mulheres, e mais ainda a estas mulheres que fazem tarefas fisicamente exigentes, todo o dia a limpar de empresa em empresa. Quando chegam a casa têm toda outra empreitada para despachar, filhos para cuidar e maridos para aviar que nunca ouviram falar em direitos e deveres iguais para ambos os sexos e em partilha de tarefas! A vida destas mulheres é dura, mas nunca num só momento aquela conversa tinha contido um lamento, uma queixa. Narrava-se ali assim a história só pela graça que encerrava, pelo cómica que era, inclusivamente porque em dia nenhum vi aquelas mulheres de cor que andam por ali a limpar com má cara, com cara de zangadas ou deprimidas, o sorriso que trazem consigo é sempre mais ou menos o mesmo, tenham aviado os maridos na noite anterior depois de muito trabalhar, ou não!

E amanhã vou ter sono...

O cinema faz parte do meu adn, está no meu código genético, acho aliás que sou daquelas pessoas que anda a ver filmes a mais! E tenho uma relação sui generis com o cinema, não corro atrás das últimas estreias, vou vendo tudo, porque há tanto tanto para ver, não vou em blockbusters, e revejo as minhas fitas de eleição vezes sem conta... e gosto mesmo daquilo.
Sempre achei as pessoas envolvidas no processo de criar a arte que ficou com o sétimo lugar, absolutamente geniais! todas, desde argumentistas a realizadores, a directores de fotografia, actores...
Não sei se por isso, se por adorar ver gente receber prémios e ser reconhecida, adoro a noite da entrega dos Oscares! São vidas maiores, de criadores e artistas que nos deslumbram na plateia, a deixar-se render por um galardão, por um reconhecimento, pela glorificação. It's the dream of a lifetime, coming true... e que fantástico que isso é, alegra-me e emociona-me. Trata-se de fitas que foram e são tão importantes para nós que é como se fossemos nós a entregar esses prémios, verdade?

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Adenda ao Slow Living

Nesta temática do Fast/Slow Living parece-me particularmente interessante no que toca às crianças de hoje, e sua educação. Os meninos de tenra idade são metralhados com actividades e mais actividades, informação e mais informação onde pouco espaço fica para o sossego e a tranquilidade.
Estimular as crianças tudo bem, é essencial; mas criá-las como se de cavalos de corrida se tratassem, não me parece bem. Aos 3 anos têm de falar inglês; têm de andar na música; no Karaté; têm de conhecer as marcas todas dos automóveis; têm de saber escrever o nome; têm de ter social skills e andar em dezenas de actividades recreativas e lúdicas; têm de ter os brinquedos todos e mais algum, de ter jogos e aparelhos sofisticados; têm de ter actividades extra-curriculares que as vão tornar seres humanos mais felizes e capazes... Nã, não me parece bem, até os nomes mais sonantes do mundo em matéria de educação infantil são peremptórios em afirmar que se dê sossego e espaço às crianças, que se lhes dê espaço para brincar, meditar no que absorvem e aprender, que se os deixe estar sozinhos e até mesmo que não caiamos no erro de estar sempre sempre a falar com eles... deixemos as crianças ser crianças, tranquilas e felizes, sossegadas e infantis, não os manipulemos tanto, não os sufoquemos tanto, dar autonomia parece-me mais importante.
Vou criar o movimento Slow Living Kid.

Meu querido blog!

Os blogs são espaços de liberdade de expressão por excelência.
Fantástico, a liberdade é o bem mais precioso que temos, sem dúvida.
Cada autor fala do que lhe apraz, do que lhe vai na alma, dos seus interesses, do seu quotidiano, partilha tudo o que lhe apetece, sem constrangimentos de maior. Optimo, é um espaço pessoal público. Quem não gosta, quem não partilha dos mesmos interesses ou lhe suscite interesse, não lê e ponto. Mas é um espaço onde os maiores atropelos vejo cometer. A falta de respeito é aqui levada até às últimas consequências, pois que ninguém tem rosto, nem nome, nem endereço e que corajosos que isso nos torna!
Fico impressionada com blogs que colocam posts tão profundos, tão magnânimes, tão criticos, tão denunciadores dos males da humanidade, mas se alguém ousar deixar lá um comentário a manifestar uma opinião contrária, ou a fazer uma critica que não seja de louvor do texto, ainda que o faça sem ofender, sem insultar e sem ser como ataque pessoal... pronto, lá se vai o verniz e lá vem a má educação e intolerância a ditar textos insultuosos, ofensivos e bem vergonhosos! Comentem, desde que comentem com lindas palavrinhas de aplauso e concordância absoluta em género e número!! Pluralismo sim, liberdade de expressão sim, desde que todos pensem como eu! 
Este é um espaço de desabafo, de partilha, de catarse, de purga de males, de tudo e de nada, de futilidades e consideraçoes filosóficas, de humor e de ficção, de palermices e de guias para tudo... é um espaço de emoções. Mas sendo um espaço onde somos mais verdadeiros e genuínos chega a ser assustador a maneira como se colocam limites aos outros, quando pensamos que para nós próprios não há nenhum limite a respeitar, nem a liberdade, nem o desrespeito pelo outro!! Se este for um espaço verdadeiro e que espelha uma sociedade, e for sintomático... estamos feitos!!  

Debates

Está de volta o debate sobre a adopção de crianças por casais homossexuais, e com ele um chorrilho de argumentos patéticos.
Estou moderamente a favor obviamente, mas entendo que haja um certo receio e uma certa reserva. O que não entendo é que o assunto tanta palermice inspire em defensores e detractores.
Parece-me que se se legalizaram as uniões entre casais do mesmo sexo, se tenham que levar até às últimas consequências, se tenha que assumir a responsabilidade de permitir essa escolha. O debate teria de surgir, sooner or later, pois que quem passou a poder casar, há-de passar a querer ser mãe ou pai, ou pelo menos a ter essa escolha.
O bem-estar da criança, a salvaguarda dos seus interesses, da sua educação e direitos é o que importa ter em linha de conta, mas isso é o que importa, ou devia importar, em todas as circunstâncias quer se trate de pais ou progenitores homo ou hetero. E são sobejamente conhecidas as atrocidades que se cometem nesta matéria por casais de sexos diferentes. Não creio que isso tenha a ver com género, mas com princípios, valores, discernimento... respeito a cima de tudo.
Tenho ouvido os receios de que crianças com dois pais ou duas mães serão constantemente submetidas a chacota e humilhação, pode ser... mas se pensássemos nisso ainda nem as mulheres vestiam saia... temos de pensar mais além e não sujeitar a evolução social a ficar refém de preconseitos e mesquinhez alheia! Isso seria desastroso, temos de lutar é precisamente por mentalidades assim e não nos submeter ao seu critério.
Existe ainda o argumento da tipificação e da imitação, as crianças irão fazer como viram fazer aos que os criaram, pode ser. Ora se por um lado isso pode ser verdade, por outro parece-me que a orientação sexual não é propriamente uma escolha, oh se fosse, quantos não se teriam poupado a sofrimentos e a rejeição absoluta, quantos não lutaram contra isso! pelo que estou certa de que este não seja um argumento válido.
O que importa mesmo aqui, é o mesmo que importa sempre, em tudo: a idoneidade de carácter, a grandeza de espirito, o respeito, a excelência do ser humano e não creio que esses valores fiquem comprometidos com a orientação sexual.



sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Slow Living

Parece ser que a humanidade está a descobrir o Slow Living, na senda do tão popular Slow Food. Tem graça, já na faculdade tinha um professor que louvava os 'lazeres de abandono' como ele chamava ao não fazer rigorosamente nada!
Há já muito que me rendi ao Slow Food, acho até que sempre fui adepta dele, mesmo sem saber, porque muito aprecio o conceito de comida saudável e bem confeccionada e muito aprecio o conceito de comer devagar e aproveitar ao máximo o acto em si. 
Na realidade, faz todo o sentido: após o Fast Food vem o Slow Food, esgotadíssimo que ficou o primeiro; após o Fast Living terá necessariamente que vir o Slow Living, pelo frustrante que o primeiro pode ser, o ritmo alucinante a que levamos a vida, quer profissionalmente, quer na vida pessoal, quer na busca incessante de prazer terá necessariamente que abrandar e dar espaço a coisas simples.
Há já gente a dar workshops e conferências mundiais subordinadas ao tema Boring!! e a afluência é esmagadora. Também são já muito populares as férias em locais onde não existe rede de telemóvel e internet, quem sabe não estamos perante outras formas de lazer, prazer e entertenimento. A bem dizer a crise que o mundo experimenta hoje pode também estar a criar um certo abrandamento no consumo de mais e mais serviços/bens mais ou menos radicais e a dar mais valor ao simples.
Não sei, mas apreciar a vida com calma, gozar com o simples da vida, não ter de tirar prazer e partido apenas do que é muito elaborado e rebuscado e empolado, não viver na constante angustia de procurar novas formas de prazer... parece-me muito muito interessante. Ah e dar valor ao que é realmente importante, nem se fala.
Já o prof. Claudino empolgava tanto o prazer que tirava, e que era tão injustamente desvalorizado nas sociedades, dos seus 'lazeres de abandono' e sempre me ficou esse encanto pelo conceito, que ele qual visionário inventava.
E se isso pode parecer tão improdutivo, por um lado, veja-se o caso de Andy Warhol, um amante confesso da arte de nada fazer, e inspirou-se e criou obra. Há até a teoria científica de que é quando o nosso cérebro está em stand by que é mais criativo e surgem as ideias brilhantes... acredito nisso plenamente. Se não abrandarmos o ritmo como é que vamos ter tempo e espaço para ter ideias e para ouvir o que debita a nossa mente, o nosso espírito, o nosso coração?
Observar e contemplar e meditar pode ser das coisas mais inspiradoras e enriquecedoras, eu gosto.
Viva o Slow Living!

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Lástima

São 2:30H. Que pena ter de ir para a cama... de manhã, vou pensar: que pena ter de me levantar!

Raízes

O espaço geográfico é muito importante, não é?? o contexto socio-cultural, a família, a paisagem, o clima... não sei o que é, mas deve ser tudo... e tudo!
Vou uns dias para a minha terra natal e sei que quando lá chegar me vou sentir mais forte, revitalizada, preenchida. Voltar às nossas raízes fortelece-nos, é como se fossemos beber da seiva que nos criou, que nos deu o vigor da vida! Há uma certa magia nisso que adoro e quando regressar a sensação que tenho é a de que passei lá meses, tal é a vitalidade que vou lá ganhar.
Não sei o que é... ou talvez seja simplesmente porque tenho lá apenas e só alguns daqueles que mais amo.

Entrudo carnavalesco

Não morro de amores pelo Carnaval.
Tudo bem, é mais um pretexto para a folia, não me incomoda muito, mas é muito ruidoso e esteticamente feio, não há paciência! Nem vejo muito sentido em nos disfarçarmos e nos adornarmos feios e grotescos, gosto é de gente gira e delicada.
É certo que antigamente, em tempos muito idos, o Carnaval era a única altura do ano em que eram permitidos excessos, em que o recato aparente se suspendia e era a altura que precedia a Quaresma, tão austera e exigente em hábitos.
Ora hoje: a) o recato social não é regra imposta; b) os excessos são uma constante; c) a Quaresma perdeu significado... logo o Carnaval perdeu sentido. Mas sim é uma tradição com muitos anos de história, que acho bem que se respeite e preserve.
Já o facto de em Portugal se imitar o Carnaval do Brasil, ou do Rio, me parece patético e ridículo, imitassemos ao menos o de Veneza, já que não somos criativos nem originais, sempre é mais elegante! Mas ok, tudo bem, por eu não achar muita graça, respeito e aceito que outros gostem, não preciso, nem quero que todos gostemos do mesmo, e sou muito tolerante com a diferença, acho a diversidade maravilhosa.
Na verdade até é estranho não gostar e apreciar: gosto de folia e, embora defenda que devemos andar sem máscaras e devemos ser genuínos, experimentar outras personagens sempre me fascinou, pudermos encarnar noutras vidas e experiências sempre me agradou, acho aliás por isso que ser actriz é a profissão mais interessante, enriquecedora e porreira do mundo... mas claro, não será em três dias de quebra de regras que isso tem algum significado.
Enfim... é só mais uma festa, e quem gosta de festa e de se divertir e de celebrar a vida, só pode ser gente de bem que está de bem com a vida, certo?

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Modas 1

Please preciso de um personal stylist para que me explique esta nova moda de andar sem meias em pleno inverno... veio mesmo para ficar esta tendência marada, meus ricos pezinhos!! Modinhas sim, até algum - pouco - desconforto posso admitir, mas andar enregelada nos pés e pernas, logos nos pés... caramba! E já não há frieiras agora?? Pois já não deve haver, a espécie humana evolui conforme lhe convém, espertinha...


Os Golpes + Rui Pragal da Cunha - Vá lá senhora

Já tenho saudades... porque é que as boas bandas acabam??


 

Broken Promises - Paula Rego

Um orgulho nacional



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Diz NÃO

Ando com uma intolerância que só visto!
Intolerância sempre foi outro dos meus nomes do meio, é certo, mas está visto, agrava-se com a idade.
Pois, lamento mas acho, e sempre achei, que essa é mesmo a postura que devemos ter perante a falta de educação e falta de consideração pelos outros; perante a arrogância e o défice de humildade; a falta de carácter e de honestidade; perante a ignorância mascarada e a presunção; intolerância com os preconceitos - ui com os preconceitos, então... nem com molho de tomate!!; perante os juízos pré-concebidos; perante a mesquinez; o abuso; a inveja; a ruindade...
É simples e óbvio: se toleramos os comportamento e atitudes incorrectas estamos a anuir, a aquiescer, a consentir. Depois não nos queixemos, certo??
Porque é que há pessoas que, mesmo em ambientes onde todos são mais ou menos cordiais, mais ou menos correctos e escorreitos uns com os outros, acham que podem ser tão desprezivelmente mal dispostas, mal educadas, antipáticas, maldosas, licenciosas, mesquinhas e que toda a gente condescende e consente!?! Não percebo, eu não tolero e ponto.
Acho inclusivamente que é essa indulgência que alimenta maus vícios de interacção! Será que essas pessoas capitalizam medos e receios, dada a sua falta de carácter e de respeito pelos outros, que os leva a ser tão toleradas e consentidas?? Humm pode ser... ainda assim, respeitar não é ter medo, não podemos tolerar viver com medo dos maus!
Nã, diz NÃO à maldade e estupidez.
A bem dizer é para bem deles, é para que aprendam, até nos haviam de agradecer...

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Oh boy!

Abalo-me de casa ontem à noite para ir a um jantar. Optimo, o que eu gosto de sair, mas com pouca animação queimada que já estou, destes jantares em particular. Chego e já está toda a gente sentada, porque mudaram o restaurante e ninguém me avisou... chego já um pouco amolada com isso, mas tudo bem, you get used to it. Como sou a última tenho que ficar numa ponta da mesa e como vou sozinha, não tenho ninguém à minha frente. Apresentam-me o casal que tenho ao meu lado e... bum, qué isto?!?!?!? A senhora não precisava e ser simpática, mas educada com certeza: não deve ter olhado para mim sequer 3 vezes, ou virado a cara na minha direcção; serviam vinho e a mim nunca me deitou, ou perguntou se era abstémia; a pessoa que estava do outro lado dela queria falar comigo esticava-se umas vezes para a frente, outras para trás da cabeça da dita senhora (ah de senhora tinha pouco, era mais do tipo sopeira pretenciosa, mas pronto, dado que sou educada, chamemos-lhe senhora) e a madame, nem se mexia um milímetro para permitir que nós trocássemos 3 palavrinhas!!
Donde é que sai gente assim?!?!?! Eu nunca tinha visto a dita senhora e seu esposo... mas mais um pouco e pensava que me tinham nascido escamas, que o meu hálito fedia a banha de porco retardada, ou que os meus olhos deitavam fogo... ele não há animais que deitam pela boca??
Mais, a senhora parecia a alminha mais simpática e amável do pedaço, assim do tido sou tão quiducha... Aahahaha se me contassem isto, acho que não acreditava. Como diria a minha amiga Gi, faz parte do processo... pois deve fazer, conhecer gente filha de muita mãe, é no que dá... porque umas foram boas mães e outras fizeram mal a coisa!
Ah e ó senhora, o Vasco Graça Moura não é maestro de banda musical nenhuma; o restaurante Xl não é tibetano, adimra-me que tenha lá comido comida do Tibete ahahah, e o Lx Factory não é um restaurante, é muiiiiito mais!!
Trenga mais trenga (palavra feia de morrer, mas tão adequada aqui!) nunca vi...
Ah e ó esposo, o que é o ouvido capitão??!! Vou investigar...

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

... e por falar nesse senhor.

Não sei o que se passa na cabeça do primero-ministro! Tento não pensar nisso e fazer a minha vida e contribuir com o meu trabalho, digo a mim mesma que deve ter trunfos na manga, que deve saber bem mais que eu, que domina a sua 'arte'... mas a verdade é que quase me assusta a sua frieza e indiferença!!
Quer diminuir o estado, quer um estado desregulador, quer que os mercados sejam verdadeiros reguladores da sociedade, quer um estado liberal... mas não ficou já sobejamente comprovado que as sociedades e os mercados sós, por sua conta e risco resultaram em ruina?!? A mim parece-me claro e inequívoco!
O estado, pensava eu, tem como principal papel ser um fiel guardião de direitos e deveres, onde se protegem os pobres e desfavorecidos e se regulam poderosos, cartéis e déspotas da economia, afinal não é nada disso!
O estado que Passos Coelho quer, é um estado que, em nome dos mercados, da economia, das agências de notação, da banca, das finanças, arruine um país por completo, atire uma sociedade inteira para a miséria e a fome! Endireitar finanças à custa de desemprego e pobreza... uns são números, outros são seres humanos, não será uma preço absolutamente insustentável de pagar?!
Bem sei que viviamos muito acima do que produziamos e da riqueza que criavamos, bem sei que é preciso fazer um esforço para mudar e para dar uma nova ordem às finanças publicas e as colocar em níveis aceitáveis... bem sei isso mas não creio que possa ser a qualquer, qualquer preço!
Ouvia há dias uma notícia que dizia que as cantinas escolares, pagas pelas câmaras deste país, teriam de fechar porque o estado deve milhões de euros aos fornecedores, que teriam de fechar portas  e deixar de fornecer alimentos. Mais chocante que isto não sei o que é, para que é que precisamos então de um estado? Não era para providênciar a quem mais precisa? Por isso se lhe chamava estado-providência. Muitas das crianças que comem hoje nos refeitórios escolares não comem mais nenhuma refeição durante o dia, até às nossas crianças vai tirar o pão para a boca, vai exigir austeridade?  Tudo em nome das finanças e dos mercados?!?! Assim arrisca-se a deixar as contas todas muito direitinhas e um pais a morrer à fome, de que é que isso lhe serve depois?!?!
Acredito no trabalho, sempre acreditei, acredito que o que queremos temos de lutar por ele; acredito na méritocracia, que o mérito é que tem de sair vencedor; acredito que não é dever do estado dar e garantir tudo e tudo, mas tem de estar atento, não? Mas um povo na absoluta desgraça, onde até os mais qualificados são convidados a emigrar, terá força animica para trabalhar com afinco e levantar um país miserável?

Os governos socialistas quiseram um estado-social e arruinaram finanças; os governos da direita liberal querem estados desreguladores e menos estado e arruínam pessoas?!?!? É assim, não nos livramos disto, deste ciclo!?!?

O senhor primeiro-ministro atira sem piedade todos os dias, pela sua acção directa ou indirecta, para o desemprego dezenas de pessoas, como se lhe desse jeito às suas tão caras e importantes finanças, mas e as pessoas?!?! E como é que isso lhe pode dar tantos ganhos, o desemprego tráz consigo dois males para ele: não arrecada impostos por um lado e pelo outro ainda tem de pagar um subsídio, não sei como vê tantos ganhos em fechar e acabar com serviços públicos e em legislação que flexibilize despedimentos.

Acresce a tudo isto que temos um estado gordo, despesista, com cargos e mais cargos, com contas e orçamentos que nem o prórpio ministério das finanças ou o tribunal de contas conseguem explicar, mas que parecem impossíveis de eliminar e emagrecer, mas que a nós cidadãos comuns nos parece óbvio demais que era exactamente por onde se devia começar!

Tudo isto me choca tanto que só consigo pensar que eu não percebo, que eu não estou na posse de todos os elementos para entender, avaliar e aceitar, que eu sou simples leiga! E sou, quem sou eu... mas gostava de entender e saber o que se passa na cabeça do primeiro-ministro!

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

O poder das palavras

O país ficou melindrado e chocado com a linguagem, com a terminologia usada pelo primeiro-ministro, muita tinta já fez correr, e fará até cair no esquecimento, em breve.
O senhor elimina o estado-social, corta em salários, regalias e subsídios; sobe impostos, aumenta transportes e cuidados médicos; exige mais trabalho, mais horas e dias por menos dinheiro; cria mais portagens; fecha serviços e repartições, escolas e centros de saúde; não paga as suas dívidas às empresas privadas, que entretanto têm que fechar... mas a indignação, revolta e choque é provocada pela palavrinha piegas!!! Vai-nos ao bolso e aos direitos conquistados, mas é um adjectivo que nos tira do sério, exigimos que nos tratem com dignidade, façam-nos o que lhes aprouver, até matar à fome, mas não nos chamem nomes... meu amigo, isso é que não!
Somos piegas mas piegas... piegas é pouco!!

Tenho que escrever isto...

De manhã acabo de me arranjar vou ter com o meu filho que está a tomar o pequeno almoço e muito admirado diz:

' Mamã estás tão bonita! Estás sempre tão bonita, sempre!'

Quem é que precisa de mais alguma coisa?
E não me deixa contente apenas o que disse, mas também o facto de ser observador e generoso e amável...

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

E mais isto 4

Saía também hoje um artigo no El Mundo sobre a anti-excelência.
Parece que a méritocracia está de facto ameaçada, ser brilhante e sobressair no meio académico é motivo de chacota e zombaria. 
Segundo o artigo, o problema de Espanha começou quando se começou a burlar do bom aluno, do aluno esforçado e empenhado, do aluno que brilhava. Ora, como por cá se passou, e passa, exactamente o mesmo, o problema é  também português. Ser bom aluno, ser excelênte passou a ter má conotação, o aluno que brilha leva com o rótulo de 'nerd', inadaptado e desajustado. Ninguém quer sobressair, pelo menos não por bons motivos, ser medíocre parece ser mais motivo de admiração. Ter a astúcia e a manha para se 'safar' sem trabalho e sem muito penar parece ser o que faz ganhar o respeito e adimração dos seus pares nos meios escolares. Pertencer, ser aceite nos grupos leva os adolescentes a assumir papeis e posturas iguais, uniformes e homogéneas, onde o mérito não sai vencedor.

Pronto, nas escolas queremos ser igualmente maus e medianos como os outros todos; no mundo do trabalho entramos em reuniões, ficamos automaticamente apalermados, temos de disfarçar potencialidades para ninguém nos notar... e eu que estava convencida de que o mundo caminhava no sentido da perfeição, tá bem, tá... ainda voltamos é às cavernas!!

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Curiosidades 3

Saiu hoje no Daily Mail um estudo novo que revelou que as reuniões estupidificam os cérebros dos seus intervenientes. As performances em grupo provocam tanta ansiedade que as pessoas revelam níveis de inteligência baixos e desempenhos fracos. A pressão em manter uma imagem e fazer boa figura é tanta que faz esquecer o profissionalismo e empenho intectual! E parece tanto pior nas mulheres, que sentem maior pressão que os homens em situações de brainstorming, porque mais impelidas a manter uma imagem e um status, provavelmente porque lhes custou mais a conquistar, neste mundo de homens!, digo eu...         

Já era sobejamente conhecida a tendência que há num grupo de trabalho - ou não - heterogéneo de individuos em se nivelarem sempre por baixo: em vez dos mais brilhantes elevarem os mais fracos e assim subirem a média do grupo, são os menos brilhantes a fazer descer os melhores e a baixar a média do mesmo. 

Bolas, nunca mais me apanham em nenhuma reunião, livra! Só fazem é mal... fazem-nos perder pontos no QI e ainda temos que levar com os palermas de serviço! Já todos estivemos em meetings de onde apetece é fugir, é bem verdade!! Passo...

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Ensinamentos

O meu marido ensinou-me a não julgar as pessoas por uma atitude pontual, a não julgar o todo pela parte.
De facto, às vezes as pessoas têm atitudes menos felizes excepcionalmente, mas são atitudes isoladas, e temos a tendência de as julgar logo no seu todo, no seu conjunto. Mas quantas vezes estamos menos inspirados e temos comportamentos menos elegantes... acho que nos acontece a todos, não devemos por isso ser punidores intransigentes.

Ah abençoado marido...

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Am i wrong?

Deve faltar qualquer componente no meu código genético porque não tenho a capacidade de idolatrar famosos, estrelas, e pessoas que não conheço de lado nenhum, a não ser do cinema, dos meios de comunicação e afins!! É claro que não fico indiferente, nem pó!, tenho opiniões, desenvolvo simpatias e antipatias, admirações e indiferenças; desenvolvo empatias e apatias... e admiro, ou não, o trabalho, a obra, o talento dos outros. Mas ser fã, ter ídolos que adoro, sigo e por quem cometa loucuras, defenda com a própria vida, parece-me feito glorioso só reservado a alguns!!
O mundo está apinhado de criadores geniais, de artistas incríveis, cujas obras são absolutamente mágnificas, criadores que admiramos e nos fascinam, e cujo percurso seguimos mas é só até ai onde consigo chegar.
Haverá qualquer coisa de errado comigo?? Ir incomodar uma pessoa famosa quieta na sua vida privada para lhe pedir um autógrafo... hummm, impensável!!
Viver a vida das gentes das revistas, entusiasmar-me com a vida de famosos, adorá-los e defendê-los, fazer deles exemplos de vida, sem sequer os conhecer a não ser a sua faceta publica... nã, no thanks! Bom e ainda há aqueles que nunca tiveram obra e têm mesmo assim direito a nome no firmamento, só porque sim...
Terei eu alguma coisa de errado, será isto arrogância e falta de humildade?? hummm... nã, eles não são todos como eu, não são iguais a mim, não são meus semelhantes??!! Ah são...ah!

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Decisão

 As considerações, pensamentos, cogitações... não páram nunca! Porque não termos um botão iluminado de on / off para as inquietudes do espirito, para as deambulações da mente? O jeito que isso me devia dar... ou não, nem sei. A verdade é que nunca sequer experimentei outra condição, outro estado... e ainda bem porque isso faz lembrar estados vegetativos de mente... credo, que medo!! Mas a meditação discreta, o pensamento constante, a imaginação a cem à hora, os sonhos desvairados... o espirito sempre às voltas, sempre numa roda viva também pode ser um estado violento de tanta excitação... decidi por isso criar outro blog, desta feita de ficção. Sim, parece-me o melhor a fazer, acho que a ideia sempre foi essa... mas a realidade também se me apresentava tão rica e arrebatadora... o melhor é ter um para a realidade, outro para a ficção. Assim sempre crio algo, não?? A verdade é que estou sempre a pensar, devo ter uma imaginação fértil que deve ter a ver com a minha condição de sonhadora com os pés sempre um pouco levitados, até quando durmo sonho sonhos e mais sonhos... Ao falar e comunicar com os outros consigo atropelar-me porque não consigo debitar frases e palavras ao mesmo tempo e com a mesma velocidade com que penso e articulo ideias desarticuladas...
Criar um blog de ficção... parece-me bem!