sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

O humor é tão saudável, deviam experimentar...

O Papa Francisco diz que 'não podemos provocar, não podemos insultar a fé dos outros'.
De facto, também acho, absolutamente de acordo, mas e como saber o que é que é insultuoso para a fé dos outros?! Quem é que define limites?! Como saber que uma coisa é humor, e a outra a seguir já insulta e ofende?! Acho que é aí que reside o busílis da questão. Eu sou católica e achei um piadão ao cartoon do preservativo no nariz do Papa João Paulo II, do António, não insultou a minha fé, nem insultou as minhas crenças, que não se abalam assim! É insegurança não nos permitirmos brincar, gozar, fazer humor e rir-nos de nós próprios, das nossas convicções religiosas, que se forem bem convictas não se deixam melindrar por caricaturas. Ao cartoon do António achei muita piada, isso sim, muito oportuno e pertinente o humor ali contido. O humor não é para ser levado a sério, vamos lá a ver. O que insulta uns, não insulta outros, para além de que há gente sem sentido de humor nenhum e há gente que não leva nada a sério... há de tudo, e se calhar por isso mesmo é que é preciso mais prudência na hora de usar figuras religiosas para ter graça!
Mas rir, rir é muito bom e desempoeira o espírito. E por nos rirmos não deverá vir mal ao mundo!

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Qual Alá, qual Maomé?!

Não sei se o que aconteceu em Paris não vai ser instrumentalizado pelos partidos da extrema-direita europeia que já vinham ganhando terreno e que vêem aqui justificação para legitimar os seus extremismos. Certamente que todos os partidos políticos e governantes europeus se vão aproveitar da situação para retirar dividendos próprios, mas os radicais, seguramente muito mais, nomeadamente Marine Le Pen. E nem sei o que me assusta mais, se fileiras de jiadistas a engrossar, com os próprios cidadãos europeus, e a dizimar a Europa e o Ocidente; se os países da Europa a ser governados por radicais intolerantes, e as duas a par, então... até o sono me tiram!! Bom, mas assustam-me mais delinquentes armados e armados em parvos, delinquentes que não devem nem ter respeito pela própria mãe, têm tanto por Maomé e Alá, contem-me outra!! Para onde caminha o mundo é uma incógnita, mas vejo infelizmente terreno fértil para os dois cenários crescerem, pois a intolerância veio para ficar e a cada ataque terrorista instala-se um pouco mais, e alimenta mais ódio!
Nem pareço eu, uma optimista inveterada, mas nesta matéria estou muito pouco crente na raça humana: cidadãos, até já europeus e ocidentais, que se deixam seduzir pelo terrorismo de países do Médio Oriente e do Norte de África para vingar frustrações pessoais: um emprego que não aparece, ou um emprego que não traz a vida de sonho ocidental...; a falta de formação, a deficiente educação; a falta de perspectivas; as más condições de vida... e viram-se contra a própria mão que lhes embalou o berço, atacando cobarde e indiscriminadamente; e uns ocidentais e europeus cada vez menos tolerantes e cada vez mais extremistas, pois o medo e desconfiança é coisa com a qual não sabemos nem queremos viver, ou não fosse a liberdade arauto inegociável!!
Nesses países matam alegadamente em nome de Alá, Maomé, o Islão e sei lá que mais... mas é obviamente apenas uma desculpa, a única desculpa irracional que têm, porque na verdade lutam contra o que odeiam: o modo de vida livre que nunca tiveram... mas gostavam!! 

Não são Charlies porquê, aprovam?!

Uns afirmam-se solidários e dizem, em absoluta reprovação e repudio, que são Charlie; outros negam terminantemente que o são porque não se reviam nos cartoons do semanário e não entendem que nada justifica o extermínio dos autores do Charlie Hebdo. Claro, nada me espanta, uma sociedade provinciana, retrograda e bacoca como a nossa não aceita que se caricature, ridicularize e se faça humor com tudo e qualquer coisa... Uma coisa é certa, só num país como a França há lugar para um jornal assim, amado por uns, detestado por outros, mas tolerado por muitos, só no país da Liberdade. Enfim, seja como for, por muito que se reprovem os conteúdos do jornal, reprovam-se muito muito mais os últimos acontecimentos e o statement é apenas uma afirmação de princípios: o da liberdade e da liberdade de expressão! Eu, que sou uma fã do humor e que estou farta de preconceitos mesquinhos e atrofiantes, sinto-me Charlie.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015