quinta-feira, 29 de março de 2012

Queixar-me!?!?

'Você não pode andar aqui sempre tão bem disposta, não pode ser tão amável e sorridente, as pessoas não gostam disso, as pessoas não gostam de gente feliz! Tem de andar angústiada e com ar de miserável, e queixar-se muito, para não suscitar invejas e não ir contra a corrente!!'

What?!?!?!

Isto foi ipsis verbis o que um director brasileiro da empresa onde trabalho me disse. Pois... brasileiro, lá está, pouco habituado ao triste fado português, que quando vê alguém a sorrir e bem disposto estranha e acha que está 'fora da caixa'!! Entendi a ironia, caro colega.
Lamento, não posso evitar, that's me! Ele há tanta coisa maravilhosa na minha vida que me faz sorrir a todo o momento, consciênte do quão privilegiada sou, agradecida e reconhecida... quem não gostar, vá para dentro... chorar um pouco, martirizar-se... whatever!!

segunda-feira, 26 de março de 2012

Não se pode ter tudo!

As mulheres têm de provar sempre mais que os seus colegas homens no mundo do trabalho! Exige-se mais às mulheres, que têm que se esforçar o dobro que os seus pares masculinos, para mostrar que são competentes e profissionais, que são capazes e eficiêntes. A falocracia em que vivemos relega sempre para segundo plano as capacidades e competências femininas.
O pior e absolutamente incompreensível, é quando são as próprias mulheres que exigem em dobro provas de capacidade às suas congéneres!! Não compreendo como as mulheres no trabalho submetem as suas pares femininas a constante escrutínio!! É absolutamente lamentável e incompreensível, e leva-me a pensar que se não vivêssemos em falocracias, as mulheres estariam ainda menos reconhecias. Haveria meia-dúzia de eleitas que faria a vida negra às restantes!!
Não compreendo e não consigo aceitar!
A competetividade que existe entre as mulheres, e não só nos círculos laborais, acaba por ser sempre o seu pior inimigo, pois que em vez de terem de se esforçar para exibir aptidões e capacidades ao poder masculino estabelecido, têm ainda que lutar contra a resistência absoluta das outras mulheres, e se tiverem superiores hierárquicas do mesmo género, terão de se preparar para estar em constante vigilância e avaliação! Que tristeza!!
Nos últimos anos tem-se vindo a dar conta da má relação das mulheres nos meios empresariais, cujo assédio moral parece estar a atingir níveis preocupantes. O mau ambiente que criam em interacções pouco amistosas entre elas parece estar a suscitar muita pesquisa e literatura.
Bom, tenho sorte em trabalhar numa empresa de homens, tá visto; mas tenho azar em ter um chefe do sexo feminino... pronto, não se pode ter tudo!

quarta-feira, 21 de março de 2012

Insondável Natureza

O meu filho anda a perguntar-me como é que 'foi quando eu nasci, e como era quando eu era bebé?' E fica todo embevecido quando lhe conto... e eu também, que saudades desses dias, que doce sabor recordá-los! Mas ele também lá estava!! Porque é que não registamos no disco das memórias os dias melhores da nossa vida?!?! Deve haver uma explicação lógica para a mãe natureza não deixar que essas memórias nos fiquem, e só comecemos a armazenar recordações uns anos mais tarde. Mas é uma pena, são tempos mágicos e de encantamento! Deve ser precisamente por isso, senão depois quem é que aguentava crescer e virar adulto e desaperecer tanto enlevo!

Jonathan Wilson - Desert Raven

Tão bom!


domingo, 18 de março de 2012

Lisboa, 'Lisboa somos nós'


Adoro cidades e adoro Lisboa, adoro descobri-la, adoro ver como se reinventa, adoro sentir-lhe o pulsar, a criatividade! Por isso achei tão interessante a nova campanha da Câmara Municipal de Lisboa, subordinada ao tema 'Lisboa somos nós', como mote de promoção da cidade.
A campanha tem a assinatura de José Cabral, que faz uso das fotos do seu blog O Alfaiate Lisboeta, e que é também o autor do conceito criativo e do título. E que bem que me parece, enaltecer a cidade, enaltecendo pessoas reais, enaltecendo os individuos anónimos que fazem da cidade o que ela é e lhe dão cor e identidade.
Parabens à campanha e parabens ao José Cabral, é um visionário. É o nosso Scott Schuman, mas muuuuito melhor!!



Buy buy buy

Passeando onte à noite pelo centro nevrálgico e mais animado da cidade não pude deixar de notar na pouca gente que havia, e no pouco trânsito; mas indo hoje a um dos centros comerciais do centro, reparo que anda tanta gente às compras, que as lojas estão cheias e que há imensa gente a comprar.
Ainda ontem voltava para casa convencida de que a crise mandava recolhimento; e já hoje parecia não haver crise nenhuma whatsoever!
Esta crise é cruel, e ninguém sabe até quando estará a salvo, porque ceifa sem piedade empregos, empresas e negócios todos os dias. Mas quando pensava que estava tudo mais consciente de que o consumismo desenfreado, quase doentio a que vinhamos assistindo nos últimos anos tinha que abrandar e recuar para níveis mais modestos, eis que reparo que as lojas continuam apinhadas de gente.
É certo que o comercio cresceu e dinamizou-se e criou postos de trabalho e criou riqueza, que por sua vez criou mais consumo... é certo. E é certo que a pouca produção que temos nos levou a importar mais e mais, e a endividar-nos mais e mais e mais.
Se esta maldita crise servir para alguma coisa, se dela se puder tirar algo, que seja o ensinamento, a tomada de consciência de que consumir, comprar, adquirir a este ritmo é incomportável e insustentável!
Se todo o mundo consumisse como consumimos no mundo ocidental - o dito civilizado, seriam precisos 3 planetas iguais em recursos e exploração... isto dá que pensar!!
Sejamos mais conscientes, é imperioso!

quinta-feira, 15 de março de 2012

Pobre Buda

Hoje em dia toda a gente é muito entendida em tudo, debitam-se opiniões e verdades axiomáticas, como nunca. Pois eu cá, já acho que quando não sabemos, o melhor é ficarmos caladinhos, ficamos mais bonitos!
'O que os budistas procuram alcançar é o sofrimento!' Ora bolas, como?!?!? Pobres homens séculos e séculos de ensinamentos, meditação e recolhimento espiritual e o que almejam é afinal tão somente sofrer a rodos! Serão palermas?!?!? tanto ensinamento para decifrar o que todos desde sempre na humanidade sabem fazer, sem qualquer preparação, esforço, ou busca - sofrer?!?
Embora não seja obviamente entendida na matéria, duas coisas posso esclarecer ao senhor em causa:
a) o que o Budismo procura é exactamente o fim do sofrimento e chegar ao Nirvana, conhecer a felicidade é o seu fim último;
b) para chegar a esse ponto de felicidade absoluta é preciso o homem livrar-se do despojamento material e duma vida mundana, renunciar a maus sentimentos, concentrar-se na virtude e elevar-se espiritualmente através da meditação.
Bom pode ser que o senhor que ouvia eu hoje fazer afirmações peremptórias e tão seguras sobre o Budismo entenda que renunciar a uma vida mundana e concentrar-se no essencial e virtuoso, e eliminar o supérfluo e espúrio seja uma vida de sofrimento, we never know... é certo que nas sociedades ocidentais a felicidade não está propriamente numa elevação espiritual e na busca interior de um estádio mental superior. Mas ainda assim, não pode afirmar que a dor é o que buscam os budistas!
Eu sou pela verdade... vamos lá a ver.


sexta-feira, 9 de março de 2012

It's not a day, please

Recebi um sms hoje de um amigo a dizer "Hoje é o dia da nossa costela, aquela..." Boa adorei, embora saiba que só me enivou o sms para me picar, porque sabe que afino com este dia, mas esteve bem. O humor é a melhor, a única, maneira de lidar com este tema aviltante para o género feminino - o Dia Internacional da Mulher!
Somos um ser humano inferior, e por isso nos consagram um dia, os homens claro, who else!?!? Tratam-nos como seres de segunda o ano todo, mas dedicam-nos um dia inteirinho, para nos lembrarmos sempre que somos de segunda, mas a grande generosidade e nobreza de carácter dos homens, não se esqueceu de nós!
Ouvi hoje na comunicação social que as mulheres recebem em Portugal em média salários 19% mais baixos que os homens; e que na União Europeia recebem menos 16%! Está bem, não é bonito, mas nós temos um dia só para nós!!! Fiquem lá com o dia e dêem cá os meus 19%, com retroactivos, faz favor. Isto é como uma mulher ser espancada pelo marido, mas depois o marido dizer, " eu bato-lhe, mas ofereço-lhe muitos presentes!"
Eu por mim arranjavamos aí um dia qualquer para dedicar ao homem, e este 8 de Março teria sentido sim senhor.
O argumento para a existência deste dia é o de que serve ele para despertar consciências para os maus tratos, inferiorização, desrespeito pelos direitos... das mulheres nas sociedades. Ora bem não estou certa de que isso tenha algum efeito prático, parece-me é patético e parece-me exactamente uma manobra de enaltecer o poder absoluto do homem nas sociedades e ainda ficarem na fotografia como muito generosos!
Na realidade irrita-me pensar que somos sempre o sexo fraco, coitadinhas tão frágeis e desprotegidas, que precisam do braço forte de um homem para as defender e para salvaguardar os seus interesses e direitos. Não precisamos de um dia para nós, precisamos é de nos unir para lutar pelos nossos direitos e interesses e pela hegemonia absoluta do poder masculino.
Bolas e não sou feminista, já o aqui escrevi, que faria se fosse! Enfim...

quinta-feira, 8 de março de 2012

What!??!?!?

Ouvi nas notícias hoje que segundo um organismo qualquer foi oficialmente contabilizado o número de reclusos a ver o sol nascer aos quadradinhos no nosso país, por crimes de corrupção e toda a parafernália de delitos com nomes pomposos, que significam apenas o mesmo: ladrão espertunga! DEZASSETE Ouvi mal, com certeza, só pode... Ou não, de facto só um país que permite, despenaliza e consente tanto crime de corrupção é que tem tanto, óbvio. Fosse a justiça implacável, cega e dura com esses crimes, e o efeito dissuasor e preventivo - que é também uma das funções da justiça - funcionaria de facto, e não tinhamos nós que levar com políticos, funcionários públicos e por ai fora a roubar como se não houvesse amanhã, justiça digo, como se não houvesse justiça, pois lá está, não há!!!

Fenómenos

Parece impossível, mas a Lana Del Rey, elazinha já motivou um debate no New York Times, tal é o seu incrível percurso assim out of the blue! Parece que juntaram um painel de especialistas para debater o fenómeno meteórico mediático em que a cantora se transformou, desconhecida até há bem pouco tempo. A Lana Fenómeno Del Rey é o que se chama uma veni vidi vici girl, ninguém lhe fica indiferente, seja em que círculos for, tá visto. E o que se debatia era se nos rendemos hoje ao talento artistico ou ao produto de marketing muito bem empacotado e vendido. A segunda, com certeza, senão quem é que suportava ouvir as Lady Gagas deste mundo!!
Adoro música não imagino a minha vida sem ela, é alimento para o meu espírito, mas não suporto esta coisa de nos ditarem o que ouvimos e apreciamos. A industria musical a moldar gostos e manipular escolhas musicais e a estabelecer as regras, no thanks. É assim que funciona bem sei, sempre foi, embora nunca à escala que é hoje, mas recuso-me a ouvir o que a industria, os críticos e o caneco me dizem para ouvir. Sempre me desagradou o mainstream e sempre gostei de pensar que era livre, que eu é que escolho e decido. Que coisa, somos tão manipulados, tão guiados, tão... às tantas parecemos uns carneiros a gostar todos do mesmo, com tantas possibilidades que o mundo oferece. Não gosto de musica comercial, não gosto de nada de massas, viva a cena mais alternativa e viva a liberdade de escolha!
Quanto à Lana, caramba até gostava imenso dela, antes de ser descoberta por todo o people e virar banal, mas ainda não ouvi o album que editou, vamos ver.

quarta-feira, 7 de março de 2012

Pusilânimes

Na multinacional onde trabalho é altura de fazer inquéritos em todo o planeta.
A empresa dirige um questionário confidêncial aos seus colaboradores em todo o mundo para traçar o nível de satisfação dos mesmos, ter pistas das directrizes a seguir no futuro e ter uma noção de como cada país está a ser gerido. Muito bem, louvável a intenção embora não saiba se tem resultados práticos e objectivos em concreto, mas já é um bom começo que alguém nos pergunte a opinião.
O português é crítico corrosivo do seu país, do seu semelhante, do seu superior hieárquico e de tudo o que mexe, as long as seja... luso!! Todos os dias oiço um chorrilho de queixas, de críticas e maledicência, de murmúrios sem fim a propósito da maneira como se dirige a empresa, dos procedimentos, de tudo e de todos e qual não é então o meu espanto, ao verificar hoje que poucos responderam ao questionário em causa!!
O português sabe ser juiz implacável, sabe dizer mal, sabe apontar o dedo, sabe denegrir... sabe como ninguém! mas seja ele chamado a opinar formalmente, a tomar uma atitude responsável, a assumir uma postura e a dizer de sua justiça e esconde-se, foge, vira a cara para o outro lado não é nada comigo, nega-se!! Vociferam os males do país, das pessoas e da empresa, mas ficam mudos e calados quando se lhes pede que denunciem em sede própria!! Isto é ser pusilânime, não é?? É.

quinta-feira, 1 de março de 2012

Perdida

Angústia, angústia é o sentimento que reina! Tanta austeridade, tantos cortes, tanta penalização, será que ainda há margem para mais?! Todos os dias ouvimos as intenções veladas de continuar na senda do estrangulamento da sociedade: uns insistem que será inevitável mais contrição e o governo, que parece tão perdido quanto eu, a ser pouco determinado no que deixa entender sobre o tema. Mas quem é que manda, afinal?! Tanto homem engravatado que não pára de reunir em cimeiras e comissões e não desata o nó!? Quem é que manda, quem é que tem poder para acabar com este calvário!? Os mercados?! Os mercados são inimputáveis, não têm rosto, não são ninguém, mas têm o poder supremo e absoluto?!?
Acho que já nos escudamos numa certa indiferença e apatia para conseguirmos continuar em frente, aterrorizados e cientes da nossa pequenez neste mundo de poderosos e poderes que mal conhecemos e entendemos. A certa altura já me parece tudo um fait divers: tudo a ruir e nada nem ninguém que coloque um ponto final! como se houvesse, como sempre houve, interesses inimagináveis a ditar o curso dos acontecimentos.
O cidadão comum em Portugal, em Portugal e na velha Europa, essa Europa atingida naquilo de que mais se orgulhava - o que conquistou e onde chegou, não sabe que fazer enquanto indivíduos singulares! Podemos aceitar fazer sacrifícios pessoais em nome de todos, em nome do país, mas cada sacrifício não resulta em nada concreto e objectivo, e só ouvimos falar é em mais e mais medidas para perseguir o que já nem sabemos muito bem o que é, ou porque persiste!!
Os portugueses embora incrivelmente derrotistas, e sempre de mal com o seu próprio país que criticam e fustigam até à exaustão, como se eles não fossem parte integrante dessa identidade, acho que estão dispostos a fazer o que for preciso para levantar o país, os portugueses sempre estão dispostos, quando chamados por causas maiores, sempre estiveram; mas o sentimento que grassa parece ser uma tremenda inglória!