quinta-feira, 1 de março de 2012

Perdida

Angústia, angústia é o sentimento que reina! Tanta austeridade, tantos cortes, tanta penalização, será que ainda há margem para mais?! Todos os dias ouvimos as intenções veladas de continuar na senda do estrangulamento da sociedade: uns insistem que será inevitável mais contrição e o governo, que parece tão perdido quanto eu, a ser pouco determinado no que deixa entender sobre o tema. Mas quem é que manda, afinal?! Tanto homem engravatado que não pára de reunir em cimeiras e comissões e não desata o nó!? Quem é que manda, quem é que tem poder para acabar com este calvário!? Os mercados?! Os mercados são inimputáveis, não têm rosto, não são ninguém, mas têm o poder supremo e absoluto?!?
Acho que já nos escudamos numa certa indiferença e apatia para conseguirmos continuar em frente, aterrorizados e cientes da nossa pequenez neste mundo de poderosos e poderes que mal conhecemos e entendemos. A certa altura já me parece tudo um fait divers: tudo a ruir e nada nem ninguém que coloque um ponto final! como se houvesse, como sempre houve, interesses inimagináveis a ditar o curso dos acontecimentos.
O cidadão comum em Portugal, em Portugal e na velha Europa, essa Europa atingida naquilo de que mais se orgulhava - o que conquistou e onde chegou, não sabe que fazer enquanto indivíduos singulares! Podemos aceitar fazer sacrifícios pessoais em nome de todos, em nome do país, mas cada sacrifício não resulta em nada concreto e objectivo, e só ouvimos falar é em mais e mais medidas para perseguir o que já nem sabemos muito bem o que é, ou porque persiste!!
Os portugueses embora incrivelmente derrotistas, e sempre de mal com o seu próprio país que criticam e fustigam até à exaustão, como se eles não fossem parte integrante dessa identidade, acho que estão dispostos a fazer o que for preciso para levantar o país, os portugueses sempre estão dispostos, quando chamados por causas maiores, sempre estiveram; mas o sentimento que grassa parece ser uma tremenda inglória!

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