sábado, 18 de fevereiro de 2012

Entrudo carnavalesco

Não morro de amores pelo Carnaval.
Tudo bem, é mais um pretexto para a folia, não me incomoda muito, mas é muito ruidoso e esteticamente feio, não há paciência! Nem vejo muito sentido em nos disfarçarmos e nos adornarmos feios e grotescos, gosto é de gente gira e delicada.
É certo que antigamente, em tempos muito idos, o Carnaval era a única altura do ano em que eram permitidos excessos, em que o recato aparente se suspendia e era a altura que precedia a Quaresma, tão austera e exigente em hábitos.
Ora hoje: a) o recato social não é regra imposta; b) os excessos são uma constante; c) a Quaresma perdeu significado... logo o Carnaval perdeu sentido. Mas sim é uma tradição com muitos anos de história, que acho bem que se respeite e preserve.
Já o facto de em Portugal se imitar o Carnaval do Brasil, ou do Rio, me parece patético e ridículo, imitassemos ao menos o de Veneza, já que não somos criativos nem originais, sempre é mais elegante! Mas ok, tudo bem, por eu não achar muita graça, respeito e aceito que outros gostem, não preciso, nem quero que todos gostemos do mesmo, e sou muito tolerante com a diferença, acho a diversidade maravilhosa.
Na verdade até é estranho não gostar e apreciar: gosto de folia e, embora defenda que devemos andar sem máscaras e devemos ser genuínos, experimentar outras personagens sempre me fascinou, pudermos encarnar noutras vidas e experiências sempre me agradou, acho aliás por isso que ser actriz é a profissão mais interessante, enriquecedora e porreira do mundo... mas claro, não será em três dias de quebra de regras que isso tem algum significado.
Enfim... é só mais uma festa, e quem gosta de festa e de se divertir e de celebrar a vida, só pode ser gente de bem que está de bem com a vida, certo?

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