sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

... e por falar nesse senhor.

Não sei o que se passa na cabeça do primero-ministro! Tento não pensar nisso e fazer a minha vida e contribuir com o meu trabalho, digo a mim mesma que deve ter trunfos na manga, que deve saber bem mais que eu, que domina a sua 'arte'... mas a verdade é que quase me assusta a sua frieza e indiferença!!
Quer diminuir o estado, quer um estado desregulador, quer que os mercados sejam verdadeiros reguladores da sociedade, quer um estado liberal... mas não ficou já sobejamente comprovado que as sociedades e os mercados sós, por sua conta e risco resultaram em ruina?!? A mim parece-me claro e inequívoco!
O estado, pensava eu, tem como principal papel ser um fiel guardião de direitos e deveres, onde se protegem os pobres e desfavorecidos e se regulam poderosos, cartéis e déspotas da economia, afinal não é nada disso!
O estado que Passos Coelho quer, é um estado que, em nome dos mercados, da economia, das agências de notação, da banca, das finanças, arruine um país por completo, atire uma sociedade inteira para a miséria e a fome! Endireitar finanças à custa de desemprego e pobreza... uns são números, outros são seres humanos, não será uma preço absolutamente insustentável de pagar?!
Bem sei que viviamos muito acima do que produziamos e da riqueza que criavamos, bem sei que é preciso fazer um esforço para mudar e para dar uma nova ordem às finanças publicas e as colocar em níveis aceitáveis... bem sei isso mas não creio que possa ser a qualquer, qualquer preço!
Ouvia há dias uma notícia que dizia que as cantinas escolares, pagas pelas câmaras deste país, teriam de fechar porque o estado deve milhões de euros aos fornecedores, que teriam de fechar portas  e deixar de fornecer alimentos. Mais chocante que isto não sei o que é, para que é que precisamos então de um estado? Não era para providênciar a quem mais precisa? Por isso se lhe chamava estado-providência. Muitas das crianças que comem hoje nos refeitórios escolares não comem mais nenhuma refeição durante o dia, até às nossas crianças vai tirar o pão para a boca, vai exigir austeridade?  Tudo em nome das finanças e dos mercados?!?! Assim arrisca-se a deixar as contas todas muito direitinhas e um pais a morrer à fome, de que é que isso lhe serve depois?!?!
Acredito no trabalho, sempre acreditei, acredito que o que queremos temos de lutar por ele; acredito na méritocracia, que o mérito é que tem de sair vencedor; acredito que não é dever do estado dar e garantir tudo e tudo, mas tem de estar atento, não? Mas um povo na absoluta desgraça, onde até os mais qualificados são convidados a emigrar, terá força animica para trabalhar com afinco e levantar um país miserável?

Os governos socialistas quiseram um estado-social e arruinaram finanças; os governos da direita liberal querem estados desreguladores e menos estado e arruínam pessoas?!?!? É assim, não nos livramos disto, deste ciclo!?!?

O senhor primeiro-ministro atira sem piedade todos os dias, pela sua acção directa ou indirecta, para o desemprego dezenas de pessoas, como se lhe desse jeito às suas tão caras e importantes finanças, mas e as pessoas?!?! E como é que isso lhe pode dar tantos ganhos, o desemprego tráz consigo dois males para ele: não arrecada impostos por um lado e pelo outro ainda tem de pagar um subsídio, não sei como vê tantos ganhos em fechar e acabar com serviços públicos e em legislação que flexibilize despedimentos.

Acresce a tudo isto que temos um estado gordo, despesista, com cargos e mais cargos, com contas e orçamentos que nem o prórpio ministério das finanças ou o tribunal de contas conseguem explicar, mas que parecem impossíveis de eliminar e emagrecer, mas que a nós cidadãos comuns nos parece óbvio demais que era exactamente por onde se devia começar!

Tudo isto me choca tanto que só consigo pensar que eu não percebo, que eu não estou na posse de todos os elementos para entender, avaliar e aceitar, que eu sou simples leiga! E sou, quem sou eu... mas gostava de entender e saber o que se passa na cabeça do primeiro-ministro!

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