terça-feira, 18 de setembro de 2012

Fantochada!

Tenho uma sensação estranha de que isto é tudo uma fantochada! Estas são as alturas da vida, as alturas da história em que tudo se questiona e se tenta dar uma nova ordem ao mundo e uma nova perspectiva se procura.

Fantochada 1 - Anos e anos e anos de teorias, demonstrações,  estudos; universidades conceituadíssimas em estudos económicos e em gestão; nomes sonantes e incontornáveis da economia; teorias económicas para dar e vender estudadas em profundidade e até à exaustão por décadas e décadas... e afinal, não há ninguém que pareça fazer ideia de como se sai desta situação, de como se resolve este imbróglio, de como se evita esta hecatombe!!! O que parece existir de facto, é uma experimentação social e económica de medidas 'a ver se resultam!!' Só que a vida das pessoas, de milhões de cidadãos, não se compadece com experiências sucessivas a ver se resultam!
Isso só vem provar que de facto nada sabemos e que a realidade está sempre muito para além daquilo que académicos examinam à lupa!

Fantochada 2 - Qualquer pessoa pode entender que a democracia não passa de outra fantochada! A democracia é nobre no conceito, mas imoral na sua prática!!
Quem votou no Passos Coelhos não podia imaginar o que era de facto a sua intenção de governação, ninguém faz ideia do que eles vão fazer uma vez chegados ao poder. Por muito que Passos vociferasse insistentemente, em campanha, que era 'preciso menos Estado', não sabíamos traduzir isso em termos práticos;  ninguém sabia exactamente o que queria isso no fundo dizer; ninguém poderia imaginar que ele estava disposto a ir tão longe; por muito que quisesse 'mudar o rumo', ninguém conseguia vislumbrar o corte incisivo que pretendia fazer com o passado. Ninguém fazia ideia de que a sua acção governativa pretenda ser tão revolucionária, experimental, mas revolucionária!
A situação do país chegou a um tal ponto dramático que era necessário um braço forte a governar, determinado e que levasse a cabo uma 'revolução', é bem certo que sim; mas nunca sabemos com rigor que estão dispostos a fazer e até onde estão dispostos a levar os portugueses e o seu futuro!!
Hoje, como de resto tem acontecido tantas vezes, quem votou neste primeiro-ministro sente uma profunda desilusão, quase vergonha, vergonha de ser traído, qual marido atraiçoado!!

Fantochada 3 - Agora, agora que estamos tão desesperados, sentimos o 'chamamento' da participação democrática e do exercício dos nossos deveres cívicos e de cidadania; agora que tememos não ter pão para comer amanhã, somos impelidos a nos manifestar, a tomar posições, a exigir, a ter uma acção, a nos implicarmos... Décadas e décadas de indiferença, de quase desprezo pela política, e sobretudo, pela democracia, em que ninguém acreditava em políticos, ninguém se molestava sequer em votar, mas todos esperávamos que o Estado, no fim, nos providenciasse tudo aquilo a que tínhamos direito e mais alguma coisa, mas agora aqui d'el rei!! Anos e anos a fugir às nossas obrigações de responsabilizar, de exigir explicações e de penalizar os políticos medíocres, haveriam um dia de nos conduzir até aqui.
Quem sabe não começa aqui uma nova era de participação democrática em Portugal... assim como assim, nem tudo pode ser mau, só mau!!

5 comentários:

  1. Pois, palavras pa quê, está tudo dito!
    Miguel

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  2. Fantochada 4 - Directores aproveitarem-se da situação de crise, ameaçarem os empregados, levá-los a crer que o seu posto de trabalho corre perigo, para os levar a aceitar tudo o que eles querem e lhes dás mais jeito, sem qualquer contrapartida de volta. Isto chama-se chantagem psicológica e emocional, jogo sujo e não é académico ou demagogia, aconteceu comigo! Quando pensava que ficava sem emprego, era apenas manobra para me levar a aceitar mais responsabilidade e trabalho, por menos!!
    Nem sei se fiquei chocado e irado, se contente porque afinal tenho o meu emprego, que gosto muito!! Mas na verdade só sinto uma imensa raiva, e vontade de bater com a porta... também me sinto traído, e creio que irremediavelmente!
    A lista das fantochadas é imensa e não pára de aumentar.
    Duarte

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  3. Duarte, isso agora é o mais comum,é muito mau, mas é verdade!!
    Maria

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  4. Bom, surreal Duarte! O oportunismo do costume, eu já trabalhei numa empresa em que o director geral dizia repetidamente para os empregados que não se esquecessem de que para cada posto de trabalho nosso, havia 5 mil pessoas dispostos a ocupá-lo, à laia de ameaça velada!! E é esta a qualidade da classe dirigente que temos, não são gerentes, são déspotas autoritários...
    Tenho a certeza que encontrarás a melhor forma de ultrapassar a situação desconfortável em que te sentes, é certo que não é nada conveniente perder o emprego numa altura como esta, mas agora por isso, não podemos deixar que nos façam tudo, se não, onde é que vamos parar, o abuso já é tanto, então seria o descalabro!!

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