sábado, 13 de outubro de 2012

Decência humana

A decência é muito volátil, muito vulnerável. A decência humana é caprichosa, exigente, tem vida própria, é dependente. A decência humana esvai-se com abanões, treme mediante ameaças, claudica quando exposta a contrariedades, esvazia-se quando passa o vendaval!
É nas situações mais criticas e mais exigentes que o ser humano se releva na sua plenitude, é nos momentos em que somos postos à prova confrontados com o desalento, que a decência humana fraqueja.
Vejo famílias a destruir-se e desintegrar-se porque severamente abaladas pela maldita crise e pela, ainda mais maldita, austeridade para a sarar! Vejo famílias que de tudo perderem, perderam-se uns aos outros, como se o que os mantivesse unidos fosse o património material que ostentavam. Não seriam famílias de verdade, eram mais uma espécie de comunidade agregada em torno de bens tangíveis, colectivos agarrados em nome de coisas! E claro, é tanto maior a desintegração e destruição, quanto maior é o património familiar em causa, alvo de ameaças!!
Vi uma família vizinha perder-se e perder a decência!

1 comentário:

  1. Também já vi, infelizmente! e é extraordinariamente terrível, e que mais nos esperará...
    Rosa Branca

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