terça-feira, 9 de outubro de 2012

Desprezo

Estranha forma forma de vida esta, tentar viver um dia atrás do outro, manter a concentração na nossa própria existência, alhear-nos, desprezarmos o que nos fazem dia após dia, como se merecêssemos um castigo incomensurável, uma pena do tamanho do mundo... que temos de aceitar e seguir. Já não creio que haja outra forma de suportar isto!
Ainda mais sendo que o que mais custa é a responsabilidade, a responsabilidade de tanta má gestão, tanta corrupção, tanta usurpação, tanto abuso de poder, tanto descontrole fraudulento, tanto desperdício, tanta incompetência irresponsável, tanta mediocridade NÃO SER NOSSA!
Uns não saberem gerir recursos e os outros pagarem é por demais revoltante!
Melhor voltar a escudar-me na indiferença, para conseguir seguir em frente e fazer o meu melhor, sem pensar por um só instante que o que me exigem a mais é para deitar aos pombos!!

5 comentários:

  1. Julgo que o problema é mais profundo ainda e vem de trás. Grosso modo foram 50 anos de ditadura, em que a 4ª classe para os homens era q.b. e para a mulheres se tivesse mesmo que ser a 3ª classe bastava. Resultado: um povo pobre, faminto, pouco informado. Das elites pois... meia dúzia de famílias e está tudo dito. Quando durante anos a fio se investiu (?) em mão-de-obra barata, desqualificada e pouco instruída... o resultado foi uma indústria que definhou e morreu. Perdeu competitividade. Veio o fim da ditadura e olhando para trás, vejo que muitos se comportaram como famintos no assalto ao poder, ao tacho, ao emprego no funcionalismo público e assim fomos crescendo com a ilusão de progresso e finalmente todos podiam estudar e tirar cursos superiores... Faltou estratégia a sério. Quem nos governou demonstrou ter sempre o mesmo critério: Agradar à clientela do partido, aos militantes e ao Povo (este último o mais fácil de enganar e distrair). Resultado: Empresas encostadas ao Estado, milhares com emprego garantido apesar de o serviço prestado nem sempre se saber qual é ou para que serve e um povo com a (ilusória) noção de prosperidade e progresso. Se a tudo isto juntarmos uns factores de natureza externa, está quase tudo dito, porque estamos onde estamos. Mas triste mesmo é saber que tivemos tudo à mão para corrigir tão profundo atraso. escolhemos (ou escolheram por nós)a via mais fácil. A do subsídio, do crédito barato, do lucro imediato em vez de uma aposta séria na Educação, na pesquisa e desenvolvimento, na qualidade com a NOSSA marca em vez da dos outros...

    Mas nem tudo é mau, no meio de tanta desgraça, já se encontram pessoas / empresas capazes de competir em qualidade e design com mercados bem mais evoluídos que o nosso.

    ResponderEliminar
  2. Ehehe absolutamnete, mas resumi tudo em má gestão, tanta corrupção, tanta usurpação, tanto abuso de poder, tanto descontrole fraudulento, tanto desperdício, tanta incompetência irresponsável, tanta mediocridade... para não estar sempre a escrever o mesmo!

    ResponderEliminar
  3. Estavas mortinho por debitar aqui taaanta bagagem histórica, tanta visão aprofundada da coisa, tanta estratégia pensada... olha parece a história 'dos encantos da primavera'... por demais evidentes, ninguém se detém a enumerá-los, ai não, a explicá-los!

    ResponderEliminar
  4. Não há outra maneira, eu (e tu, que eu sei) que não sou resignado, também já acho que o melhor é não nos deixar-mos arrasar e desmotivar, dar o nosso melhor e seguir o nosso caminho trilhado com brio, precisamos de nos resguardar um pouco, porque é tudo ofensivo demais, revoltante demais.
    Beijo Morena
    Ele

    ResponderEliminar
  5. Olá Morena
    vou tentar fazer isso também, alhear-me, desprezar estes gajos... pa ver se não fico verde de raiva!

    Miguel

    ResponderEliminar