sábado, 20 de outubro de 2012

Quero a italiana, per favore... não, a francesa.

A educação dos filhos já era um tema delicado, agora virou quase coisa do outro mundo, como se se começasse agora a trilhar o seu caminho!
Os filhos não trazem manual de instruções, e ninguém vem com guia para ser boa mãe/pai, nem ninguém nos ensina ou prepara para essa tarefa, não fosse o imenso e genuíno desejo de o fazer bem, andávamos todos perdidos nesse papel. E provavelmente, andamos...
Bem sei que hoje os desafios que se colocam aos pais são extraordinariamente maiores e mais exigentes, e a procura de respostas é igualmente mais obsessiva, mas já parece doentio! As publicações sobre a matéria crescem como cogumelos, e todos parecem ser potenciais especialistas e investigadores do assunto, todos parecem ter A Formula, a bíblia da coisa.
A educação chinesa, a americana, o método italiano, o francês, as mães bolivianas, as crianças norueguesas, as mongóis ... todos reclamam o melhor, mais eficiente e infalível tratado para criar meninos na perfeição e gerar adultos de sucesso. Do método de educação implacável oriental; ao método relaxado e descontraído das mães francesas; passando pelo italiano método da mãe calorosa e boa cozinheira; e pelo método neurótico e obsessivo com a preparação para o sucesso das americanas... serve-se toda uma panóplia de sabedoria educacional para gáudio de todos os gostos. Assim levemos os doutos ensinamentos e partilha de experiências à regra e ao pé da letra e teremos filhos geniais e muito perto da perfeição!!
Não fossemos todas mães e pais razoáveis, sensatos, intuitivos, e mais uma vez, francamente empenhados na responsabilidade de educar os nossos filhos e andaríamos todos angustiados e perdidos em nacionalidades e poções mágicas respectivas, traçadas a régua e esquadro!
Sou uma avessa confessa das generalizações levadas a este extremo... e o método português, qual é? Tenho duas irmãs, da mesma nacionalidade que a minha, pois com certeza, cuja educação que ministraram às filhas não podia ser mais díspare, bem como o resultado que produziu nas mesmas, o que me leva a crer que em Portugal, mais uma vez estamos em défice nessa matéria... Bom, também é certo que não podemos estar muito orgulhosos das sucessivas gerações que temos vindo a criar, mas agora assim de repente, nem saberia que método importar para cá, qual nos seria mais favorável, neste momento... mas talvez o chinês, que isto não vai lá com fosquinhas!!

3 comentários:

  1. Os livros sobre educação são agora um grande filão de ouro, nem fazes ideia, tal é a obsessão e angustia em educar os filhos, parece que já ninguém o sabe fazer mais! Cá nem tanto, mas no estrangeiro, editam-se os livros mais inacreditáveis sobre o assunto, e mais inacreditável ainda, vendem e bem!
    Andamos tão paranóicos, não andamos?
    Duarte

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  2. Sim, acho sim. Não sei se sou eu demasiado relaxada e descontraída, mas também vejo tudo meio paranóico, ou já ninguém confia no seu próprio discernimento, ou estamos muito desiludidos com o que temos vindo a fazer, ou sei lá... também quero seres humanos bem formados, mesmo, e também acho que estamos mesmo a precisar; mas não acredito em formulas mágicas, acredito mais em formação, informação, open minds... bom senso.

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  3. 'Encontro cada vez menos pessoas que falam a minha língua, é certo; e a minha confiança é dada à medida que se me oferece entregá-la sem reservas, o que também vai sendo cada vez mais raro...'
    Ora, bem vinda ao club... e sim, que é feito das pessoas menos evidentes e óbvias... vá e interessantes e nada mesqinhas e ridiculas e que não julgam...?!?! Que é feito delas??
    Beijo
    Ele

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