sábado, 10 de dezembro de 2011

Desafio do desafio

Vi há dias num blog o seu autor desafiar quem o segue a entrar numa espiral de boas acções para aquela semana, qualquer boa acção - como ajudar um velhinho a atravessar a rua; distribuir chocolates com quem nos cruzamos; elogiar alguém - servia. É uma iniciativa bonita e de louvar, é de facto. Mas sempre me dá pena e sobretudo irritação com estas belas intenções natalícias de sermos melhores pessoas, com boas acções pontuais, quais escuteiros. Sermos melhores pessoas devia ser um esforço permanente; sermos delicados com os outros uma religião; não fazer a ninguém o que não queremos que nos façam a nós a regra number one; ajudar quem precisa uma necessidade fisiológica; sermos verdadeiros, honestos, sensíveis; bem intencionados... a primeira preocupação. Desculpem, mas parece-me patético o apelo às acções bonitinhas nesta altura do ano, parece-me que estamos a assumir que durante todo o ano somos uns animais uns para os outros, e podemos... atenção e podemos, é permitido; mas no Natal, não! O Natal é a altura do ano em que não podemos, nada disso, no Natal temos de fazer um esforço para deixar de ser os egoístas, arrogantes, desonestos, insensíveis, interesseiros... que temos permisso para ser durante os restantes meses do ano. Ah abençoado Dezembro!

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